O ano de 2020 foi um ano estranho. Um ano em que mais de setenta ou oitenta por cento do tempo vivemos sob uma pandemia de Covid-19. Tivemos conflitos e disputas de narrativas no mundo político, desconfiança na ciência, gente querendo ‘salvar a economia’, mesmo que isso significasse perder um monte de vidas, e daí em diante. Por aqui, passei grande parte do tempo trabalhando de forma remota, sendo um dos privilegiados no meio da confusão.

Isso trouxe algumas oportunidades, como os convites que recebi para discutir temas por videoconferência e que elenquei aqui. Por outro lado, adiei a minha pesquisa de campo do doutorado que aconteceria em maio/2020 para outubro/2020, muito esperançoso de que ‘as coisas já teriam voltado ao normal’. Como a parte com alguma noção e bom senso das pessoas pôde verificar, essa ‘normalidade’ ainda não chegou e tá longe de chegar, caso chegue.
Para fechar o ano, vou trazer um resumo das estatísticas do blog no período. Esse ano, ao contrário de alguns, não contei com muita divulgação do blog, seja no facebook, instagram, twitter ou lista de e-mails, por motivos de preguiça. Mas, ainda assim, as pessoas seguem acessando, o que é positivo.
Até o dia 21/12/2020, às 16h, foram 10.802 visualizações e 7.853 visitantes, 28 curtidas e 04 comentários. As pessoas utilizam muito pouco o espaço do blog para comentar e discutir alguma coisa, como é possível verificar. Isso representa um aumento em relação a 2019, quando tive 7.741 visualizações e 5.104 visitantes.
Os textos mais lidos este ano foram: 1º Louis Le Guillant e o clássico “A neurose das telefonistas”; 2º A casa dos mortos, a prisão e a loucura; 3º Paulo Freire e a pedagogia da autonomia; 4º Cinco livros sobre Psicodrama; 5º Byung-Chul Han e a Sociedade do Cansaço.
Maio e novembro/2020 foram os meses com o maior número de visitas, com 1.013 e 1.056, respectivamente.
Em 2020, participei de muitos eventos online e organizei as apresentações disponíveis na página Vídeos e Participações, além de organizar os Artigos Publicados.
Ao longo do ano que passou, gostaria de ter feito mais divulgação do meu livro, cujo lançamento comentei aqui, “O dom de ver atrás do morro: o trabalho de agentes penitenciários em um manicômio judiciário“, mas os atravessamentos do vírus não permitiram, assim como as mudanças de rotina que tudo isso que estamos vivendo trouxe. O que podemos começar a perceber é que o modelo de muitas coisas que pensávamos está mudando e que algumas das dificuldades que surgiram nesse período podem se tornar potencialidades. Quem sabe no próximo ano? Volto pra contar.
Para quem ainda não conhece e não adquiriu, leia um pouco sobre o livro.
Por fim, fiz algumas leituras que merecem ser ressaltadas:
- Os detetives selvagens – Roberto Bolaño
- Psicologia e o trabalho na APAC – CRPMG
- Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky – Susana Inês Molon
- O apocalipse dos trabalhadores – Valter Hugo Mãe
- Nada me faltará – Lourenço Mutarelli
- Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto
- Orlando – Virginia Woolf
- O amanhã não está à venda – Ailton Krenak
- Tudo o que nunca contei – Celeste Ng
- Como e porque as desigualdades sociais fazem mal à saúde – Rita Barata
- Pequenos incêndios por toda parte – Celeste Ng
- O erro de Descartes – Antônio Damásio
- Prisões: espelhos de nós – Juliana Borges
- Ideias para adiar o fim do mundo – Ailton Krenak
E estou lendo:
- How to Do Nothing: Resisting the Attention Economy – Jenny Odell
- A Invenção dos Direitos Humanos – Lynn Hunt
- Torto Arado – Itamar Vieira Junior
Abraços e até o próximo ano. Obrigado por acompanhar!