“Estamos dizendo, também, que a expressão artística eficaz não é domínio exclusivo do ator profissional; todos nós, inclusive você e eu, temos elementos – dentro ou fora de nós mesmos – para criar algo belo que pode atingir outros corações. Por si só, uma história é da mais profunda importância; precisamos de histórias em nossas vidas para construir significados” (SALAS, 2000).
Revigorante, emocionante, transformador… São alguns dos adjetivos que ilustram o curso de Introdução e Aperfeiçoamento no Playback Theatre que ocorreu no último fim de semana – 23 e 24 de Agosto/2014 – com o professor Mário Moura em Belo Horizonte – MG, iniciativa de Rodolfo Costa e Monica Neves.
Como já mencionei no texto ‘Introdução e Aperfeiçoamento no Playback Theatre’, o teatro playback “é uma forma de teatro em que as pessoas da plateia são convidadas a contar histórias pessoais que serão encenadas pelos atores e músicos” (SIEWERT, 2011).
Assim, tivemos a oportunidade de conhecer as principais técnicas e a estrutura básica de um espetáculo de teatro playback, conhecendo os elementos indispensáveis a uma apresentação de qualidade e principalmente a sensibilidade necessária a um trabalho que tem como material a história das pessoas.
Não sou ator nem conhecia grande parte do grupo que participou do curso mas, em apenas dois dias, pude observar o que afirma Salas (2000), ao dizer que um grupo de pessoas que compartilha suas histórias não pode deixar de se sentir conectado.
Como outras experiências no campo da Psicologia e especificamente do Psicodrama, é fundamental experimentar o Playback Theatre e vivenciar a emoção de ver sua história representada no palco ou assistir a história de alguém. Ambas experiências são essenciais, afinal, somos todos muito parecidos.
Um tombo de bicicleta, um chinelo que é essencial durante um parto, uma ligação mal intencionada, ansiedade que desaparece com a leitura de um livro ou culpa que se mistura com a liberdade, gatos e mais gatos que se multiplicam e nos levam à loucura.
São diversas as histórias e sentimentos que nos fazem quem somos, pessoas únicas e com roteiros de vida dignos de um sucesso de cinema.
Guimarães (2011), ao se referir à arte de narrar histórias, traz a citação abaixo de Regina Machado e que, por acaso, se encaixa tão bem no contexto do teatro playback e a atmosfera por ele produzida:
Que efeito é esse que pode transformar uma audiência – de início um bando de gente com CPF, RG e muita pressa – num grupo de pessoas inteiras que de repente vivem o compasso sonoro em que podem dizer “agora eu era herói”, como na imagem poética de Chico Buarque de Holanda? (Machado, 2004, p.15)
Seja você um ator, psicólogo, músico, educador ou um apreciador das artes, recomendo que conheça o teatro playback e busque principalmente vivencia-lo.
Conheça a Brasilis Playback Theatre: http://www.brasilisplayback.com/
Referências
GUIMARAES, Gustavo Queiroz. Uma nova resposta ao conceito de Espontaneidade. Rev. bras. psicodrama, São Paulo , v. 19, n. 1, 2011 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-53932011000100011&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 27 ago. 2014.
SIEWERT, Clarice Steil. Teatro playback: a história que as histórias contam. Artigo extraído da Dissertação de Mestrado da autora: Nossas Histórias em Cena: Um Encontro com o Teatro Playback, 2009 / 2011.
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