No barquinho dos textos longos, o que li e escrevi

Como diz a canção popular, it’s the Most Wonderful Time of the Year 🎄(é a época mais maravilhosa do ano). Será? Não sei, mas o fim de ano sempre envolve certo mistério e um clima de balanço e recomeço.

É nesse ritmo que chegamos ao tradicional momento de organizar um texto breve sobre os livros lidos no ano que passou; os textos do blog mais visualizados no período; e, por fim, comentários sobre o espaço novo que passei a habitar: o substack.

Assim como ocorreu em 2024, em 2025 houve uma presença maior no blog de contos e textos mais livres. O Substack, que é basicamente uma rede social mais voltada para a escrita e para a leitura, acabou me incentivando a escrever de forma mais espontânea e me ajudou a conhecer diversos autores e iniciativas muito interessantes.

Outro dia, exaltei a excelente definição da Martha Batalha (autora de A vida invisível de Eurídice Gusmão, entre outros) sobre o seu espaço por aqui, com a qual me identifico bastante:

“Escrever e ler textos longos é um ato de rebeldia. É remar contra a corrente, e aqui estaremos no mesmo barquinho. Portanto, eu não prometo utilidade. Mas prometo ser interessante, contemplativa, profunda, agradável, diferente. E acima de tudo: Eu prometo não ser chata”

Não me considero escritor, mas espero, um dia, me considerar. Acho que é algo muito pessoal esse negócio de se enxergar como uma coisa ou outra. Mas gosto de pensar que posso ser interessante, contemplativo, diferente e, principalmente, não ser chato.

O canal real-oficial, no entanto, segue sendo o blog Mais Uma Opinião, mas acabei interagindo e deixando poucos textos mais pessoais apenas por lá, no Substack (ou aqui, a depender de onde você está lendo).

Vamos aos dados:

Em 2025, até dezenove de dezembro, tivemos 34.162 visualizações, sendo 28.183 visitantes. Os meses com os maiores números de acesso foram janeiro, março e maio, com uma média de 3.200 visualizações por mês. A maior parte do tráfego do blog veio de sites de busca, o que torna a estatística um pouco nebulosa, já que a inteligência artificial acabou modificando bastante a nossa forma de acessar sites.

Como diz o próprio Google, as estatísticas do WordPress “tendem a incluir visualizações de bots e tráfego de IA” em sua contagem total, o que pode inflar os números reais de visitantes humanos. O fato de ter quase nenhuma interação com leitores no próprio site do blog, talvez ajude a reforçar a hipótese de que sou lido, também, por muitos robôs.

Nesse ponto, o Substack é bastante positivo, já que possibilita um contato mais próximo com outros seres humanos. Nele, foram 7.920 visualizações.

Mais do que números, acho que a principal vantagem é ter leitores fiéis e, principalmente, trocar comentários e ver meus textos compartilhados.

Os cinco posts mais acessados no site Mais Uma Opinião, concentrando mais de 15 mil visualizações, foram os seguintes:

Já no Substack, os textos mais lidos foram:


Por fim, vamos aos livros lidos em 2025. Diferente de outros anos, passei a tentar categorizar as leituras colocando país e um emoji simpático representando a autoria. Isso ajuda a buscar leituras de contextos distintos e ter um panorama da identidade da escrita.

Falei dos livros que li de forma mais dispersa esse ano, portanto adicionei o link do texto apenas em alguns. Depois da lista, trago destaques:

  1. Cida Bento – O pacto da branquitude – Brasil 👩🏾‍🦱
  2. Carla Guerson – Todo mundo tem mãe, Catarina – Brasil 👩🏻‍🦰
  3. Alba de Céspedes – Caderno proibido – Itália 👩🏻
  4. Miguel Sousa Tavares – No teu deserto – Portugal 🧓🏻
  5. Alana Portero – Mau hábito – Espanha 👩🏼🏳️‍🌈
  6. Bárbara Carine – Como ser um educador antirracista- Brasil 👩🏾‍🦱
  7. Afonso Cruz – Flores – Portugal 🧔🏻
  8. Lucas Liedke – Entre sessões – Brasil 🧔🏻
  9. Robson Cruz – O mal estar na escrita acadêmica – Brasil 👨🏻‍🦱
  10. Rachel Aviv – Estranhos a nós mesmos – Estados Unidos 👱🏻‍♀️
  11. Adam Phillips – Sobre desistir – Inglaterra 🧔🏻
  12. Ursula K. Le Guin – Sem tempo a perder: reflexões sobre o que realmente importa – Estados Unidos 👵🏻
  13. Emily St. John Mandel – Estação Onze – Canadá 🧒🏻
  14. Ursula K. Le Guin – A mão esquerda da escuridão – Estados Unidos 👵🏻
  15. Irene Solà – Te dei olhos e olhaste as trevas – Espanha 👩🏻‍🦰
  16. Ted Chiang – Expiração – Estados Unidos 🧔🏻
  17. Fernanda Melchor – Temporada de Furacões – México 👩🏻‍🦱
  18. José Falero – Os supridores – Brasil 🧔🏻
  19. Vera Iaconelli – Análise – Brasil 👩🏻‍🦳
  20. Júlia Dantas – Ela se chama Rodolfo – Brasil 👩🏻
  21. Surina Mariana – 108 – Brasil 👩🏻
  22. Neige Sinno – Triste Tigre – França 👱🏻‍♀️

Entre os livros que mais gostei de ler esse ano, por motivos distintos, estão: Caderno Proibido; Entre sessões; O mal estar na escrita acadêmica; Os supridores; Sem tempo a perder: reflexões sobre o que realmente importa; Análise; e Triste Tigre.


E sabe o que mais gostei de escrever? Pois é, isso é muito importante também. Foram 27 textos publicados em 2025.

Mais lidos ou não, aqui estão os textos que mais me deram orgulho-satisfação esse ano, do mais recente para o mais antigo:

Termino com este trecho do livro Análise, da Vera Iaconelli:

“Parece que a resistência a escrever é o medo de ser tragado pelo fluxo de ideias que tem o poder de nos abduzir do mundo real, nos arremessando para uma solidão radical, da qual saímos a cada vez como quem volta do coma. O que terá acontecido enquanto eu estava lá? Perdi alguma coisa? Corri algum risco? Quem velava por mim?“ (p.188)

Que venham muitos mergulhos, seja por meio da escrita, seja por meio da leitura.

No mais, um salve especial aos companheiros Substack e um agradecimento a todos pela leitura.

Um grande abraço


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